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É fácil ver a aurora boreal em uma viagem?


                        
                        É fácil ver a aurora boreal  em uma viagem feita com tal objetivo? Sim e não. Em algumas localidades da Região Ártica ou próximas a ela é possível ver alguma atividade auroral em nove de cada dez noites, desde que as condições meteorológicas o permitam.

                        As auroras boreal, no hemisfério norte, e austral,  no hemisfério sul,  resultam da interação entre partículas eletricamente carregadas, lançadas pela coroa solar em um fluxo contínuo – o vento solar – e submetidas à ação do campo magnético da Terra, e átomos de oxigênio e/ou nitrogênio nas camadas mais elevadas da atmosfera. As auroras ocorrem nas regiões polares, como ovais centradas nos polos magnéticos, que não coincidem com os polos geográficos e estão em constante movimento, embora possam eventualmente estender-se bem além dos círculos polares. A cor da aurora depende da natureza das interações entre átomos e partículas e da altitude em que ocorrem as colisões, e a intensidade está diretamente relacionada à energia cinética das partículas e à sua quantidade por unidade de volume. A densidade de partículas e a velocidade do vento solar dependem do número de manchas solares, que varia entre um mínimo e um máximo em períodos de aproximadamente 11 anos – o ciclo solar. Entretanto, durante as tempestades magnéticas do Sol podem ocorrer ejeções súbitas de grandes quantidades de massa coronal  – as erupções solares –  aumentando inesperadamente a densidade de partículas e a velocidade do vento solar.

                             Em 2007 a NASA havia previsto que o próximo máximo solar seria provavelmente o maior dos últimos cinquenta anos e ocorreria em 2011/12. Já naquela época havia divergências entre os cientistas e em 2009 a previsão da NASA foi revista, ou melhor, virada de cabeça para baixo: o próximo máximo solar seria talvez o menor em mais de 80 anos e ocorreria só em meados de 2013. Mas, pelo meio de 2011 o número de manchas solares já era maior que o máximo previsto e agora, segundo uma atualização feita pela NASA em 03/01/2012, o próximo máximo solar está previsto para o início de 2013 com um número de manchas ainda pequeno, mas maior que o previsto em 2009. Claro que as auroras não ocorrem só nos períodos de máximo solar, embora sejam mais intensas e frequentes nesses. Por outro lado, sua visibilidade depende de outros fatores igualmente importantes, como a fase lunar e o tempo, já que a noite precisa estar escura e o céu límpido, e, se bem que não haja nenhuma dificuldade para saber-se as datas das fases da lua, não é possível fazer-se uma previsão meteorológica minimamente confiável, com meses de antecedência.

                        Bem, previsões são previsões e tanto faz que sejam  astronômicas, astrológicas, econômicas, políticas, ou de qualquer outra natureza: são só previsões, não há nenhuma garantia de que o previsto se torne um fato. Mas fazer o quê, senão tentar planejar a viagem o melhor possível e torcer para que ocorra, no sentido astrológico, um alinhamento favorável de todos os astros e possamos presenciar as mais fantásticas auroras boreais.