Com
todas as incertezas relativas às possibilidades reais de visualização de
auroras polares, e tendo que viajar milhares de quilômetros e enfrentar o frio polar, o planejamento de uma viagem com tal objetivo requer muitos
dados, análises e considerações, a começar pela escolha do destino.
As auroras
ocorrem em torno de ambos os polos, então porque não planejar uma viagem para
ver a aurora austral ao invés da boreal, já que estamos muito mais próximos do
Polo Sul do que do Polo Norte? Praticamente toda a Região Antártica está sobre
o gélido e inóspito continente antártico, cujo acesso do início do outono ao
início da primavera é, se não impossível, inviável para o turista, ao passo que
se pode chegar à Região Ártica, com maior ou menor facilidade, no Alasca, no
norte do Canadá, no norte da Europa e até na Groenlândia e em arquipélagos do
Oceano Ártico. Fora do continente antártico, a região mais próxima do círculo
polar é a Terra do Fogo, mas para que se possa observar auroras aí é preciso
que a atividade geomagnética atinja o nível de tempestade com magnitude
extrema, superior a 8, o que é raro e não há nenhum registro de observação
efetiva de auroras nessa região. Como o Polo Sul Magnético está deslocado em
direção oposta ao sul da América do Sul, há maiores chances de
observação de auroras austrais no sul da Nova Zelândia e da Austrália, mas ainda é preciso uma atividade geomagnética em nível de
tempestade, ou seja, com magnitude 5 ou maior, e os
registros de ocorrência de auroras nessas áreas não são muito comuns.
Então, a resposta à pergunta acima é simples: porque a possibilidade de sucesso
de uma viagem viável, isto é que não seja ao continente antártico, para
observação da aurora austral é mínima, para não dizer quase nula, enquanto que em
uma viagem para ver a aurora boreal tem-se uma probabilidade razoável a boa de
atingir o objetivo e diferentes alternativas a considerar, embora nada seja garantido, é claro.
Primeira
decisão relativa ao destino: hemisfério norte, Região Ártica.
Dada
a atual localização do Polo Norte Magnético – ~ 82°N, 113°W –
no Oceano Ártico ao norte do Canadá, as primeiras opções consideradas foram
Fairbanks, no Alasca, e Fort McMurray, Whitehorse e Yellowknife, no Canadá, mas
rapidamente as colocamos em quarentena porque:
– as
temperaturas podem comumente chegar a -30/-40°C – isto é temperatura de câmara
fria e os nossos vinte anos já se foram há quase meio século;
– os
locais são remotos e, com exceção de Fairbanks, com recursos limitados e acesso
relativamente difícil, de modo que a viagem seria voltada quase que só ao
objetivo principal e ficaria totalmente frustrada, caso as condições,
meteorológicas especialmente, não favorecessem a visualização da aurora boreal;
– não
há o apelo do conhecimento de uma nova região, pois já a visitamos em uma
viagem anterior, embora tenha sido em uma estação totalmente diferente – verão,
mas, se não houvesse o risco de frustração do objetivo principal, o
conhecimento prévio da região até poderia ser uma vantagem, por facilitar o
planejamento da viagem.
Face
a isto, voltamos nossa atenção para o lado oposto da Região Ártica – a
Península Escandinava, especialmente a Noruega, ou melhor, a costa norte
norueguesa, porque:
– em
comparação com os locais acima referidos, a localização desfavorável do polo
magnético é compensada pelas latitudes geográficas mais elevadas;
– o
clima do outono/inverno/início da primavera é mais ameno do que no noroeste do Canadá
ou no Alasca, com temperaturas máximas de até uns poucos graus acima de zero e
mínimas em geral acima de -10°C, embora possam ocorrer valores muito mais
baixos, mas via de regra por poucas horas;
– como
as localidades são menos remotas, o acesso é mais fácil e muitas oferecem
vários atrativos turísticos, que, além de complementarem a viagem, podem vir a ser uma espécie de prêmio de consolação, caso o objetivo principal não seja atingido;
– essa é uma região que ainda não conhecemos e será para nós a terceira região de extremos visitada – em 2009 estivemos no Alasca, em 2011, na Patagônia – e assim, para o conhecimento de regiões extremas dos, vamos dizer, "quatro cantos do mundo", ficaria faltando apenas uma. Sem dúvida isto é algo a ser também levado em conta na escolha do destino da viagem.
Fins de outubro de 2011. Em vista das considerações acima, chegamos a uma decisão.
Destino da viagem: Europa, Norte da Noruega.
Decidido o destino, é preciso definir como será feita a viagem. Há várias alternativas: algumas voltadas especificamente para a observação e fotografia da aurora boreal, outras aliam a este objetivo atividades turísticas, culturais, ao ar livre, etc... e é possível, claro, fazer-se uma combinação de duas ou mais destas. Há um outro tipo de alternativa, pelo qual estamos bastante inclinados, que é uma viagem pela costa da Noruega a bordo de um dos "ferries" da Hurtigruten: por este meio pode-se facilmente visitar duas, três ou até as 34 cidades servidas pela companhia, em uma viagem de um, dois ou até 12 dias, e conta-se com uma base confortável e razoavelmene apropriada, o navio, para observação das auroras, além de poder-se fazer excursões em terra com esse objetivo e/ou outros. Enfim, há inúmeras possibilidades, desde viagens específicas até panorâmicas, mas antes de se tomar uma decisão sobre isso é preciso definir a época e a duração da viagem.
– essa é uma região que ainda não conhecemos e será para nós a terceira região de extremos visitada – em 2009 estivemos no Alasca, em 2011, na Patagônia – e assim, para o conhecimento de regiões extremas dos, vamos dizer, "quatro cantos do mundo", ficaria faltando apenas uma. Sem dúvida isto é algo a ser também levado em conta na escolha do destino da viagem.
Fins de outubro de 2011. Em vista das considerações acima, chegamos a uma decisão.
Destino da viagem: Europa, Norte da Noruega.
Decidido o destino, é preciso definir como será feita a viagem. Há várias alternativas: algumas voltadas especificamente para a observação e fotografia da aurora boreal, outras aliam a este objetivo atividades turísticas, culturais, ao ar livre, etc... e é possível, claro, fazer-se uma combinação de duas ou mais destas. Há um outro tipo de alternativa, pelo qual estamos bastante inclinados, que é uma viagem pela costa da Noruega a bordo de um dos "ferries" da Hurtigruten: por este meio pode-se facilmente visitar duas, três ou até as 34 cidades servidas pela companhia, em uma viagem de um, dois ou até 12 dias, e conta-se com uma base confortável e razoavelmene apropriada, o navio, para observação das auroras, além de poder-se fazer excursões em terra com esse objetivo e/ou outros. Enfim, há inúmeras possibilidades, desde viagens específicas até panorâmicas, mas antes de se tomar uma decisão sobre isso é preciso definir a época e a duração da viagem.